Um compartilhar sobre o trabalho voluntário

Por Cilas Gavioli, Diretor Geral do Instituto Renovo Campinas

Começo lembrando as palavras de Paulo, que disse: “Vocês são mais felizes dando do que recebendo”. Segunda-feira, dia 15 de abril, foi o primeiro dia das minhas férias, apenas 10 dias. Resolvi dedicar este início às ações de voluntariado, pois como Diretor Geral do Instituto Renovo Campinas, sou um voluntário.

Assim, pela manhã, visitei uma instituição com 66 anos de existência, chamada “Lar Alice de Oliveira”, que cuida de 99 idosos em situação de vulnerabilidade social. Na parte da tarde, visitei uma instituição menor e mais simples, porém não menos importante, que atende mães gestantes, muitas das quais chegam com o desejo de realizar um aborto. A OSC “Gerando Vidas” trabalha com mulheres em situação de vulnerabilidade na cidade de Sumaré.

Eu me programei para visitar essas organizações, mas só depois percebi que eram opostas uma à outra em termos de atendimento aos necessitados. Enquanto a primeira atende pessoas no final da vida, idosos, a segunda atende no início da vida, durante a gestação. Curioso, não?

Fiz isso no meu primeiro dia de férias porque entendo que o trabalho é uma vocação, um chamado de Deus. O trabalho voluntário também é um chamado de Deus. Como reformados, entendemos que o “objetivo do trabalho é desenvolver uma cultura que honre a Deus e capacite os seres humanos a prosperar”, como disse Tim Keller em seu livro “Como integrar fé e trabalho?”

Cilas Gavioli, Livan Chiroma e a equipe do Gerando Vidas; na foto de abertura, Cilas está ao lado do pessoal do Lar Alice de Oliveira (fotos: divulgação)

Hoje, estava compartilhando sobre alguns amigos americanos que, por 11 anos consecutivos, durante suas férias, vieram servir como voluntários no trabalho social onde eu era pastor. Meu amigo Thomas Jelsema passava parte de suas férias servindo pessoas carentes no Brasil.

É comum termos uma visão equivocada do trabalho, pensando que é algo ruim e que precisamos apenas relaxar, descansar e não fazer nada. A teoria do “nadismo”, ou seja, só descansar, maratonar séries e curtir o tempo livre. Peço perdão pelos neologismos. O que quero dizer é que, se trabalhar com aquilo que entendemos ser o chamado de Deus para nós é prazeroso, mais ainda é quando servimos ao próximo sem nenhuma expectativa de retorno financeiro, apenas por amor ao próximo.

Preciso citar novamente Keller: “O modo de servir a Deus ou trabalhar é promovendo justiça social no mundo.” Será que nós podemos promover justiça social?

Nas palavras do Apóstolo Paulo à liderança da Igreja em Éfeso: “Em tudo o que fiz, demonstrei a vocês que é preciso trabalhar a favor dos fracos, não explorá-los. Vocês não estarão errando se guardarem a lembrança daquilo que o Senhor disse: ‘Vocês são mais felizes dando do que recebendo”. (Atos 20:34 Mensagem)

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